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Morre em São Paulo o cineasta, jornalista e escritor Arnaldo Jabor

Durante sua brilhante carreira de mais de 60 anos, em mais de um momento, apoiou a democracia e defendeu ferrenhamente a atuação do Ministério Público

Morreu, na madrugada desta terça-feira (15), aos 81 anos, o jornalista, escritor e cineasta carioca Arnaldo Jabor. Durante sua brilhante carreira de mais de 60 anos, em mais de um momento, apoiou a democracia e defendeu ferrenhamente a atuação do Ministério Público. Em tempos difíceis para a instituição, como em 2013 durante a dura batalha contra a aprovação da PEC 37, Jabor concedeu entrevistas, falou publicamente e redigiu importantes textos defendendo o MP Brasileiro de forma ferrenha. “Estamos na rota do fracasso histórico”, disse em um texto.

Em outra crônica, publicada pelo Jornal O Globo e repercutida por toda a mídia escreveu: “O projeto, conhecido como PEC da Impunidade, pretende tirar o poder de investigação criminal dos Ministérios Públicos Estaduais e Federal, modificando a Constituição Brasileira. Na prática, se aprovada, a emenda praticamente inviabilizará investigações contra o crime organizado, desvio de verbas, corrupção, abusos cometidos por agentes do Estado e violações de direitos humanos”.

Ainda em 2013, pouco antes do início da luta contra a PEC, a convite do então presidente da Associação Paulista do Ministério Público (APMP), Felipe Locke Cavalcanti, e do 1º vice-presidente, José Oswaldo Molineiro, visitou a entidade de classe e almoçou com diversos colegas e representantes de instituições irmãs, entre eles o atual  Procurador-Geral do Ministério Público de Contas, Tiago Pinheiro Lima, que mostraram a importância da não aprovação da matéria.

Destemido e atuante, utilizava suas obras para cinema, muitas premiadas internacionalmente, para a televisão e mídias escritas como forma de defesa dos direitos humanos, da democracia e da igualdade, que lhe renderam muitos adeptos, admiradores, mas também muitos críticos.

A diretoria da APMP lamenta uma perda tão significativa e estende condolências à família e aos amigos enlutados. Hoje perdeu o Brasil, perdeu a democracia e também o Ministério Público brasileiro.